O contrabando de tabaco situa-se em 8,2% do mercado
quinta-feira, 29 setembro 2016
• Desce 2,4 pontos num ano
• A Andaluzia, embora desça 9,3 pontos, continua a ser a comunidade autónoma com maior índice de contrabando: 25,3%
• Estes dados conheceram-se no II Congresso Contra o Contrabando de Tabaco patrocinado pela Altadis
Segundo os últimos dados do relatório disponibilizados pela consultora Ipsos, correspondentes ao encerramento do primeiro semestre deste ano, o contrabando de tabaco representa 8,2% do mercado de cigarros. Esta percentagem significa uma descida de 2,4 pontos em comparação com o dado de há um ano, que era de 10,6%, e de 4,3 pontos ao de finais de 2014, momento em que o contrabando de tabaco alcançava a percentagem mais elevada dos últimos anos, exatamente 12,5% do mercado. Desde então, a evolução do contrabando reflete uma ligeira, mas constante, tendência para a descida.
Nas suas palavras de inauguração do II Congresso Contra o Contrabando de Tabaco, o presidente da Altadis, Juan Arrizabalaga, fez referência a estes últimos dados: “Essa tendência deve-se, em grande parte, ao eficaz trabalho que têm vindo a realizar os corpos e forças de segurança do Estado, em conjunto com a Agência Tributária, através do serviço de vigilância aduaneira. Produto desse trabalho, além do aumento de apreensões em bastantes intervenções, destaca especialmente o desmantelamento em Espanha de cerca de dez fábricas clandestinas dedicadas à produção de tabaco ilegal, um fenómeno que até ao ano 2013 era inédito no nosso país”.
Segundo Arrizabalaga, “outro dos aspetos que pôde influir nessa queda do contrabando foi a estabilidade fiscal dos últimos anos, pois o facto de não terem aumentado os impostos do tabaco desde junho de 2013, permitiu aos fabricantes aumentar mais moderadamente os preços. Normalmente, grandes aumentos de preços devido a aumentos desproporcionados de impostos trazem consigo um aumento do contrabando. Ao mesmo tempo, a leve recuperação económica experimentada pôde influir também em que o consumidor tenha recuperado parte do seu poder aquisitivo e prefira comprar tabaco legal, com todas as garantias de qualidade e controlo, em vez de tabaco de contrabando que, embora tenha um preço mais baixo, não está submetido a nenhum controlo”.
“No entanto acresceu o presidente da Altadis – preocupa-nos muito que a leve descida do contrabando de cigarros signifique uma mudança deste tipo de contrabando para o do tabaco picado, cuja venda se disparou na internet em detrimento das vendas legais, que se reduziram em 800 toneladas entre 2013 e 2015”.
No que respeita aos dados da Ipsos por comunidades autónoma (ver quadro incluído), a Andaluzia é a que continua a encabeçar o ranking das regiões com maior índice de contrabando ao situar se em 25,3%, e isso apesar de cair 9,3 pontos em comparação com o dado do encerramento do primeiro semestre de 2015. Segue-a a Catalunha, com 7,2% em relação ao 6,2% do ano anterior e em terceira posição situa-se a Extremadura, que tem 6,2% em relação ao 31,9% de 2015. Esta brusca queda faz suspeitar, da mesma maneira que no caso de Castilla La Mancha, numa importante mudança do contrabando de cigarros para o de tabaco picado nesta Comunidade, que é uma das regiões em que se detetou de maneira alarmante este novo fenómeno.
Comunidade Autónoma
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Primeiro semestre 2015
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Primeiro semestre 2016
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Andaluzia
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34,6%
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25,3%
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Catalunha
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6,2%
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7,2%
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Extremadura
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31,9%
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6,2%
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Madrid
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4,8%
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5,2%
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Comunidade Valenciana
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5,1%
|
4,8%
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País Basco
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4,6%
|
4,5%
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Múrcia
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8,8%
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3,9%
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Astúrias
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2,9%
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3,1%
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Navarra
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4,8%
|
3,0%
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Galiza
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6,1%
|
2,9%
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Aragón
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2,0%
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1,9%
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Castilla y León
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4,9%
|
1,8%
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Cantábria
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7,5%
|
1,3%
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La Rioja
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3,3%
|
0,8%
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Castilla-La Mancha
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12,2%
|
0,7%
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II Congresso Contra o Contrabando
Após a intervenção de Juan Arrizabalaga, a primeira mesa redonda abordou a problemática da nova modalidade de contrabando: “A folha de tabaco picado, nova forma de contrabando”, que apareceu com força no último ano. Os encarregados de analisar este problema foram: Manuel Barroso, adjunto ao Presidente da CETARSA (Companhia Espanhola de Tabaco em Rama); António Brigas Afonso, Subdiretor-geral da Autoridade Tributária Portuguesa e responsável de impostos especiais sobre o consumo; Jesús Catalán González, Chefe de Investigação da Direção Adjunta de Vigilância Aduaneira da AEAT; e Gema Campillo, Subdiretora-geral de Serviços da Sociedade da Informação do Ministério de Indústria, Energia e Turismo.
A manhã continuou com a segunda das mesas redondas, que com o título: “O Papel dos juízes e no trabalho da Agência Tributária e dos corpos e forças de segurança do Estado” reuniu a Miguel del Castillo del Olmo, Magistrado de Marbella; Jorge Ramírez López, Delegado executivo da AEAT na Andaluzia, Ceuta e Melilla; Ramón María Clemente, Tenente Coronel Chefe da Secção de Investigação da Andaluzia da Guarda Civil; Paulo Messias, Tenente Coronel da Guarda Republicana de Portugal; e Héctor Moreno García, Comissário Principal, Chefe da Unidade Central contra a Delinquência Especializada e Violenta da Comissaria Geral da Polícia Judiciária.
Esta tarde os assistentes terão a oportunidade de atender o último dos encontros no qual se abordará “A cadeia de fornecimento do tabaco e o consumidor final”, e contará com David Schuller de Santos, Diretor de Rastreabilidade da Logista; Manuel Carbó Martínez, Diretor do Centro de Investigação e Controlo de Qualidade da Agência Espanhola de Consumo, Segurança Alimentar e Nutrição e Presidente do Comité sobre Tabaco da AENOR; e Juan Moreno, Presidente da UCA (A União de Consumidores da Andaluzia).
Seguidamente Rocío Ingelmo, Diretora de Assuntos Corporativos e Legais da Altadis, dará a palestra de encerramento e decorrerá uma entrega de prémios aos membros das forças e corpos de segurança do Estado, e funcionários do serviço de vigilância aduaneira.
O ponto final do encontro será realizado por Antonio Sanz Cabello, Delegado do Governo na Comunidade Autónoma da Andaluzia.
Sobre o Imperial Brands
A Imperial Tobacco Portugal é uma subsidiária da Imperial Brands, líder mundial no segmento de tabaco de corte fino, charutos e mortalhas e é o quarto fabricante mundial de tabaco. Fundada em 1901, o Grupo Imperial Brands vende os seus produtos em 160 países e emprega cerca de 33.900 funcionários. A Imperial Tobacco Portugal faz parte do cluster da Iberia, que integra também os mercados de Espanha, Andorra, Gibraltar e Ilhas Canárias.